To be or not to be a diplomat

Mensagem enviada ao grupo de discussão Diplomatizando em 21/04/2006, quando o papo pautava-se no discurso do Exmo. Ministro das Relações Exteriores Celso Amorim em comemoração ao Dia do Diplomata (20/04/2006)

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Caros colegas de grupo,

Sou uma jovem profissional das Relações Internacionais que um dia sonhou em ser diplomata e que teve a honra de estagiar com o Ministro Paulo Roberto em Washington. Momentos memoráveis, aprendizados diários de história, economia, política internacional... Cheguei a realizar por 2 vezes a prova para ingresso na carreira diplomática, mas sem o devido afinco aos estudos para que obtivesse de fato o credenciamento para tal, apesar do meu mentor intelectual sempre incentivar-me a não desistir por acreditar ter vocação para o ofício. E disso, de fato, não duvido. O mundo e sua diversidade me fascinam. Mas a experiência na Embaixada, o contato com diversos diplomatas, suas experiências e a análise da realidade me fizeram repensar se ser parte do corpo diplomático nacional me traria a satisfação utópica que imaginei que a função tem. Não digo do "glamour" que muitos se enganam existir para todo diplomata, mas sim pelo ideais que eu tinha de ser um diplomata, de representar meu País e fazer algo de bom para ele.

Meu questionamento de hoje é se ao tentar por uma 3a. vez o exame do Rio Branco [com a devida seriedade] e se, sendo admitida, ao longo da minha carreira não precisarei ir de encontro com meus princípios e valores para atender aos mandos e desmandos do governo que estiver no comando [ok, numa empresa podemos um dia ter um chefe e no outro termos outro e tudo mudar...]. Mas estar no governo é, aos meus princípios, buscar atender aos interesses do povo brasileiro [tão enaltecido no discurso do Exmo. Ministro Celso Amorim], mas é o que menos encontramos hoje e aqui coloco a minha desiludida visão de uma jovem cidadã. Sei que eu e muitos outros jovens deveríamos ser o motor para a mudança, mas qual será o custo disso? Será que valerá a pena? Olhemos os noticiários: para onde foi a tão enaltecida ética e moral deste País?

Me pergunto qual é o foco da atual política externa nacional, pra quem está direcionada e para o quê. Vejo uma política perdida, sem muito rumo, sem saber pra que lado está atirando. Até acredito que algum benefício teve, mas ao mesmo tempo olho para os acordos comerciais medíocres que vimos buscando, acordos-quadros com listas de preferências fixas, um Mercosul que não se une e sim se limita comércio intra-bloco, não diminuindo os acordos com os países da África ou Índia, por exemplo. Mas o que Maria leva nisso?! Praticamente nao temos acesso a mercados. Queremos fazer acordos só pra fazer número ou pra ampliar nossa influência nos PEDs? E quem garante que esse posicionamento nos garante algum apoio de fato desses países. Vejamos pelas "perdas" que o Brasil teve recentemente no campo diplomático (BID, OMC...), acreditando que tinha aliados e no fim foi trapaceado. A nossa diplomacia que sempre foi muito bem quista lá fora, na minha opinião, hoje adota uma posição arrogante querendo ser o pai de todos. Alias, é bem assim esse governo: o pai de todos!

Talvez tenha falado muita besteira ou não tenha me expressado bem, mas deixo o desabafo de uma ex-futura diplomata.

Abraços,

Tatiana Zanon

Comentários

Unknown disse…
Oi Tatiana

Meu nome è laura, to procurando uma amiga que estudo comingo no colegio rio branco em 1998-1999 em sao paulo Brasil, Tatiana Zanon Serebrinsky, è vc? meu nome è laura, eu taba de intercambio so do mexico, si è vc por favor me escrebe, adoraria ter comunicacao de novo.
laumuro@gmail.com

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