Somos os mesmos e vivemos como nossos pais. Não, não era assim que eu queria começar, mas tenho essa mania de sempre iniciar uma crônica assinalando o gancho que me inspirou, seja uma música, um filme, um papo com uma amiga, um e-mail de leitor. No entanto, essa crônica nada tem a ver com a música do Belchior que Elis eternizou. A citação foi apenas por força do hábito: todos nós vivemos em constante estado de repetição. Até pouco tempo atrás, eu procurava um analista para conversar um pouco, fazer balanços, enfim, ele era uma espécie de pronto-socorro emocional, e funcionava. O curioso é que, a cada vez que eu o procurava, voltávamos sempre ao mesmo assunto, as nossas conversas envolviam sempre os mesmos problemas - e eu sempre abandonava o tratamento me sentindo melhor, porém a mesma. Será minha vida tão monocromática? Não é. O que acontece é que todos temos nossas dores de estimação, nossos erros reincidentes, um caminho que parece uma infi...