Qualquer semelhança nem sempre é mera coincidência

Quando vemos novelas ou filmes há aquela frase 'Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência'. Nem sempre assim... e a realidade se transfigura na arte, afinal de contas de onde vem inspiração?

Há momentos que você se vê parte da estória. No livro Bilhetinhos (1992), escrito pelo autor Júlio Emilio Braz, famoso no meio infanto-juvenil, 'a separação dos pais, ausência de diálogo, estabelecimentos de laços afetivos com estranhos. Ética, pluraridade cultural, saúde. Numa relação familiar complicada, em que não há diálogo entre os pais nem entre eles e a filha, a menina decide escrever bilhetinhos para se comunicar com o mundo e expor suas angústias, dúvidas e sentimentos. Mas à medida que se envolve com Má, que faz as vezes da mãe, os bilhetinhos vão mostrando o que a menina está aprendendo com a vida.'


Curiosamente a personagem principal deste livro era Tati. Má era sua babá. Por acaso, eu tive Márcia, uma segunda mãe, que cuidou de mim por 10 anos, de 1985 à 1995. Márcia é irmã do autor e mesmo tendo escrito um livro de ficção trouxe um pouco da realidade daquela garotinha alegre e solitária, que desejava um irmão para fazer companhia. E quando não mais aguentava as brigas frequentes de seus pais, no quartinho da Má, disse 'se eles não se separarem, eu vou morar com meus avós'. O bom senso de Má contou aos pais e assim tomaram a decisão de enfim se separarem e acho que foi o melhor que poderia ter-me acontecido.

Muita maturidade para uma garota de 9 anos e assim levei a vida, mais dura do que necessário, mas sem deixar de aproveitá-la at all. Nunca é tarde para nos reprogramar! :)

Agradeço muito ao Júlio, mas especialmente à Márcia por ter existido em minha vida e ter me ensinado muito do que sei hoje: um ovo frio delicioso, um queijo quente sensacional... Ela me ensinou algumas coisas mais... Hehehe...

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