A vida em cores

Ontem tive a alegria de assistir ao show do Toquinho no Bourbon Street. O show foi parte do programa Sala do Professor da Radio Eldorado. Gosto do programa, diariamente às 19h, e geralmente ouço no retorno para casa (ou indo para algum happy hour... malhar que é bom, nada! Rs). Fotos: http://tatizanonontrip.shutterfly.com/specialmoments/1550

Voltando ao show... Toquinho marcou minha infância com a Arca de Noé: era uma casa muito engraçada não tinha teto não tinha nada... ninguém podia entrar nela não porque na casa não tinha chão... Dançei essa música quando dançava ballet, apesar que não gostava das apresentações, passava mal, ficava com febre... Minha mãe que o diga a vergonha que passou quando a "tia" contou "A Tatiana gosta de dançar, mas depois que você vai embora ela diz que odeia dançar ballet". Não sei porquê depois disso nunca mais fui às aulas! Hahaha...

Porém, a sua música mais marcante em minha vida foi Aquarela. Sua melodia e letra... De um "Retrato em preto e branco" (saudosa Elis Regina) para uma "Aquarela" que enche a vida de cores e emoção. Dos seus versos mais belos...

E o futuro é uma astronave

Que tentamos pilotar

Não tem tempo, nem piedade

Nem tem hora de chegar

Sem pedir licença

Muda a nossa vida

E depois convida

A rir ou chorar...

Por que achamos que podemos controlar o futuro? Essa "astronave" é fruto das nossas decisões, mas nunca saberemos se ir para à direita ou para à esquerda foi o melhor ou pior, pois não dá para se dividir e ir seguir por ambos. E mesmo que você volte e opte pelo outro caminho o futuro já será diferente. Uma vez escolhido o caminho não olhe para trás porque ja é passado e passado não volta. Mantenha o rumo da sua astronave para os seus sonhos, para o que é bom, para o que é do bem. 

Houve um tempo que o mundo perdeu seu colorido e tudo ao meu redor ficou triste, doído e solitário. Cheguei a achar que as cores do arco-íris jamais voltariam a brilhar com o mesmo encanto da infância, aqueles olhos puros e ingênuos que só queria sentir a vibração daquelas cores. E me perguntei: por que comigo?

De fato, nem sempre o rumo da nossa astronave foi por uma escolha nossa e aprendi da forma mais difícil que havia uma razão por estar passando por aquilo. Aconteceu, passou... se passou, é passado. Não é fácil muitas vezes se desvencilhar dele porque é o registro da nossa história, mas é preciso seguir em frente, aprender com o passado e tentar ser uma pessoa melhor. Encarar o ruim como bom é o aprendizado mais difícil, porém o mais frutuoso se o consegue fazê-lo.

É o que venho fazendo há 3 anos, seguindo em frente, me reencontrando com o arco-íris (só ainda não achei o pote do ouro... hehehe). Hoje afirmo que me reencontrei com a felicidade e a alegria de viver. Acho que Zeca Pagodinho conseguiu ilustrar isso na sua música: Deixa a vida me levar, vida leva eu... sou feliz e agradeço por tudo que Deus me deu!

Tim Maia, de uma forma um pouco mais melancólica, mas não menos bela, expressa também em sua música como a cor nos faz sonhar e buscar algo melhor.

Ah!
Se o mundo inteiro
Me pudesse ouvir
Tenho muito prá contar
Dizer que aprendi...

E na vida a gente
Tem que entender
Que um nasce prá sofrer
Enquanto o outro ri...

Mas quem sofre
Sempre tem que procurar
Pelo menos vir achar
Razão para viver...

Ver na vida algum motivo
Prá sonhar
Ter um sonho todo azul
Azul da cor do mar...